Mike Schmitz, analista da ESPN e um dos scouts mais respeitados do basquetebol jovem, esteve em Matosinhos durante o Campeonato da Europa de Sub20 masculinos – Divisão B, para observar de perto alguns dos melhores talentos emergentes do continente. No topo da lista estava Neemias Queta, poste português em ascensão que acabara de completar a sua época de estreia na NCAA ao serviço de Utah State.
Na conversa que partilhou conosco, Schmitz recorda o primeiro contacto com Queta em 2017, em Tallinn, descreve a evolução física e técnica do internacional português e compara o seu perfil a Clint Capela, sublinhando o potencial defensivo e a capacidade de proteção de cesto como qualidades que despertam mais interesse na NBA. Aborda também as fragilidades ainda a corrigir: força no corpo inferior, consistência energética e leitura ofensiva.
Além da análise ao percurso universitário de Neemias, o especialista fala da decisão de retirar o nome do draft de 2019 — que considera acertada para valorizar o jogador e consolidar um estatuto de escolha de primeira ronda no futuro — e projeta um segundo ano em que o poste luso poderia lutar pelo título de Jogador do Ano da sua conferência.
A entrevista não se fica, no entanto, por Neemias. Schmitz abre o leque:
analisa a evolução do basquetebol europeu e africano e a forma como moldam a NBA moderna;
explica por que razão jogadores formados no Velho Continente chegam hoje mais preparados para impactar de imediato;
destaca talentos da rookie class de 2019 para lá dos óbvios Zion Williamson, Ja Morant e RJ Barrett, com nomes como Nickeil Alexander-Walker ou Ty Jerome;
aponta os Los Angeles Clippers como principais candidatos ao título após um verão de transferências sísmico;
e defende a importância de jogadores versáteis como Draymond Green, que simbolizam o tipo de perfil mais valorizado pelas equipas na liga atual.
Uma conversa ampla e sem filtros sobre Neemias Queta, sobre a nova vaga de talentos internacionais e sobre o presente e futuro da NBA.