🏀 “Destino: Riga” – Final Four definida
Alemanha, Finlândia, Grécia e Turquia venceram nos quartos-de-final e vão discutir um lugar na final de domingo. Luka Dončić assinou recorde histórico, mas ficou pelo caminho.
O EuroBasket 2025 entra na reta decisiva com quatro semifinalistas definidos: Alemanha, Finlândia, Grécia e Turquia. Em Riga, a luta pelas medalhas junta campeões do mundo, estrelas da NBA e uma seleção que chega pela primeira vez ao top-4 europeu.
A Turquia apresenta-se com Alperen Şengün em modo líder e recordista, a Grécia reencontra o palco das decisões pela mão de Giannis Antetokounmpo, a Finlândia assinala a melhor campanha da sua história com Lauri Markkanen como referência, e a Alemanha confirma a continuidade do seu ciclo de sucesso com Franz Wagner e Dennis Schröder a guiarem a campeã do mundo.
🇩🇪 Alemanha resiste aos 39 de Dončić e volta às meias
A Alemanha venceu a Eslovénia por 99-91 e marcou encontro com a Finlândia nas meias-finais do EuroBasket, assinando presenças consecutivas no top-4 pela primeira vez. A equipa de Álex Mumbrú começou mal, à semelhança do jogo dos oitavos-de-final frente a Portugal, mas voltou a virar a partida a seu favor. O momento-chave foi o triplo do meio-campo de Tristan da Silva a fechar o 3.º período (74-70), seguido de um arranque de último quarto com triplos e defesa a estrangular a produção eslovena.
Franz Wagner liderou com 23 pontos, Dennis Schröder somou 20 e 7 assistências, e Daniel Theis acrescentou 15 e 9 ressaltos. A Alemanha só cometeu seis turnovers, foi superior na transição (16-6 em fastbreak points) e compensou a mão fria de três (30%) com 30/37 da linha de lance livre.
Luka Dončić deixou um registo histórico: 39 pontos, 10 ressaltos e 7 assistências, o maior total de sempre num jogo de quartos-de-final do EuroBasket. Ainda assim, a noite ficou condicionada pelas faltas: técnica logo no arranque e quarta pessoal no início do 3.º quarto. Mesmo assim, a Eslovénia manteve-se na frente até à reta final, antes de ceder perante a defesa alemã e a sequência que limitou os eslovenos a dois pontos em quase três minutos decisivos.
🇫🇮 Finlândia faz história: primeira meia-final de sempre
A Finlândia venceu a Geórgia por 93-79 e carimbou a primeira presença da sua história nas meias-finais do EuroBasket. Em Riga, o duelo de “Cinderelas” resolveu-se cedo: de 12-12 para 28-15, fechado com triplo no buzzer de Mikael Jantunen. Ao intervalo já havia 10/15 de três e uma almofada que chegou a 20 pontos. A Geórgia ainda encurtou para seis pontos a sete minutos do fim, mas um triplo longo de Miro Little, a antidesportiva de Goga Bitadze e, pouco depois, as bombas de Elias Valtonen devolveram a margem acima dos dois dígitos (81-67) e o controlo do jogo.
Mikael Jantunen foi o homem da partida: 19 pontos e 5 ressaltos, e impacto dos dois lados do campo. Lauri Markkanen somou 17-6 e 4 desarmes, enquanto Edon Maxhuni (15) e Sasu Salin (14) afinaram a pontaria do banco, combinando 6/8 da linha de três. Do lado georgiano, Sandro Mamukelashvili (22), Duda Sanadze (19) e Tornike Shengelia (18) lutaram até à exclusão de Bitadze, que deixou o jogo decidido.
O plano de Lassi Tuovi foi cumprido à risca: acelerar sempre, castigar no ressalto ofensivo e libertar atiradores no perímetro. É a identidade construída ao longo de uma década e meia de evolução sustentada, agora validada no topo europeu. Aos 38 anos, Tuovi tornou-se o mais jovem treinador a chegar a umas meias-finais desde Moncho López — antigo selecionador de Portugal — em 2003, então ao comando da Espanha.
🇬🇷 Grécia regressa às meias 16 anos depois
A Grécia venceu a Lituânia por 87-76 e voltou ao top-4 do EuroBasket pela primeira vez desde 2009. Em Riga, perante 10.487 adeptos maioritariamente lituanos, a equipa de Vassilis Spanoulis virou o jogo no 2.º quarto com um parcial de 11-2 alimentado por três triplos, consolidou a vantagem no 3.º quarto e resistiu à derradeira aproximação nos instantes finais.
Giannis Antetokounmpo assumiu o protagonismo: 29 pontos (9/15 FG, 11/16 LL), 6 ressaltos, 4 roubos e um desarme, num plano de jogo que privilegiou a transição (20-4 em fastbreak points) e castigou a defesa interior adversária (63% de eficácia de dois pontos). Vasileios Toliopoulos acrescentou 17 pontos em apenas 16 minutos e Kostas Sloukas juntou 11 com 4 assistências. Do outro lado, Jonas Valančiūnas respondeu com 24 pontos e 15 ressaltos, Arnas Velička contribuiu com 12-5-7, mas a ausência de Rokas Jokubaitis voltou a expor a condução báltica.
No pós-jogo, a palavra foi de contenção. “Ainda não ganhámos nada”, resumiu Giannis no círculo de jogadores. Spanoulis reforçou: “A duas vitórias do objetivo”. Fora do campo, o impacto foi nacional: o jogo bateu recordes de audiência na televisão grega, com 46% de share médio na ERT1 e quase três milhões de espectadores a acompanharem a vitória helénica.
🇹🇷 Turquia nas meias com assinatura de Şengün
A Turquia bateu a Polónia por 91-77 e regressou às meias-finais do EuroBasket, 24 anos depois da histórica edição de 2001. O jogo mudou no segundo período: após dez minutos sem pontuar, Alperen Şengün desbloqueou a noite com um afundanço e liderou um parcial de 22-10 que deixou o marcador em 46-32 ao intervalo. A reação polaca reduziu a diferença para oito pontos já perto do fim, mas nunca abalou o controlo turco.
O coletivo fez a diferença: 11/26 de três pontos, sete jogadores em dígitos duplos e circulação paciente que expôs as fragilidades do adversário. Şengün terminou com 19 pontos, 12 ressaltos e 10 assistências, tornando-se o mais jovem de sempre a assinar um triplo-duplo no EuroBasket desde que há registos (1995). Entrou para uma lista restrita que inclui Toni Kukoč, Rareș Mandache, Mateusz Ponitka e Luka Dončić. Shane Larkin (13-5-5) deu consistência, enquanto Mateusz Ponitka (19-6-6) e Jordan Loyd (19) foram os melhores polacos.
Cedi Osman saiu tocado no pé/tornozelo. A suspeita de fratura de stress foi descartada, mas subsistem dores e inchaço; a decisão sobre a sua utilização frente à Grécia será tomada no próprio dia. Nos bastidores, Ergin Ataman tratou de lançar o xadrez mental habitual. Elogiou Vassilis Spanoulis, mas pediu atenção às faltas ofensivas de Giannis Antetokounmpo, antecipando o duelo com a Grécia que vai decidir um lugar na final de Riga.
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🇷🇸 Federação nega saída de Pešić
A eliminação precoce da Sérvia no EuroBasket, frente à Finlândia nos oitavos, gerou rumores sobre a saída de Svetislav Pešić. Mas a federação sérvia desmentiu oficialmente qualquer despedimento. Em comunicado, o organismo sublinhou que o técnico tem contrato até 30 de setembro de 2025 e que as próximas semanas servirão para analisar resultados e definir o futuro. Pešić, de 74 anos, regressou à seleção em 2021 e desde então conduziu a equipa ao vice-campeonato mundial em 2023 e ao bronze olímpico em Paris 2024.
🇮🇹 Banchi à porta da Azzurra
O presidente da federação italiana, Gianni Petrucci, confirmou que Luca Banchi é o favorito a suceder a Gianmarco Pozzecco como selecionador. O dirigente falou em “caminho claro” e elogiou o técnico de 60 anos, que deixou a Letónia após a eliminação nos oitavos frente à Lituânia. Banchi esteve quatro anos ao leme dos bálticos e guiou-os até ao 5.º lugar no Mundial 2023. A Itália, por seu lado, caiu este ano nos oitavos contra a Eslovénia de Luka Dončić, encerrando o ciclo de Pozzecco. Se a nomeação se confirmar, Banchi passará a trabalhar pela primeira vez no comando da seleção do seu país, com apelo da federação para dedicação em exclusivo.
🇪🇸 Scariolo distinguido pelo Governo espanhol
Sergio Scariolo recebeu a Grã-Cruz da Real Ordem do Mérito Desportivo, a mais alta distinção do Estado espanhol na área do desporto. O técnico italiano, de 64 anos, terminou este verão o seu segundo ciclo como selecionador de Espanha, após 15 anos no cargo. Ao comando da La Familia, conquistou oito medalhas: quatro ouros no EuroBasket (2009, 2011, 2015, 2022), o ouro no Mundial 2019, além de pódios olímpicos em 2012 e 2016. Eliminado no EuroBasket 2025, regressou ao Real Madrid, clube que já tinha orientado entre 1999 e 2002, para liderar a equipa nas próximas edições da ACB e da Euroliga.
🇵🇱 Jordan Loyd no radar do Real
Depois de liderar a Polónia até aos quartos do EuroBasket, Jordan Loyd tornou-se um dos nomes mais falados do mercado europeu. O base do Mónaco tem contrato, mas o excesso de opções no backcourt abre a porta a uma saída. Segundo o jornal Marca, já existe princípio de acordo com o Real Madrid, mas será necessário negociar a desvinculação junto do clube monegasco e ainda ultrapassar a barreira do tanteo do Valência, que detém os direitos do jogador na Liga ACB. Loyd reencontraria em Madrid Sergio Scariolo, com quem trabalhou nos Toronto Raptors campeões da NBA em 2019. Ao ser questionado sobre o futuro, limitou-se a dizer: “No comment”.