A FPBtv foi à boleia de Norberto Alves, técnico bicampeão da UD Oliveirense, para perceber o que cabe numa rotina que, muitas vezes, inclui uma viagem de entre Coimbra e Oliveira de Azeméis. No carro, no café da Mealhada, no pavilhão: o treinador abre o caderno e fala do que realmente decide jogos e épocas.
Nesta conversa rara, há menos soundbites e mais essência. Norberto explica porque o jogo “é dos jogadores, não dos treinadores”, descreve como promove autonomia em campo e revela rituais que afinam a cabeça da equipa: dar minutos ao balneário antes de entrar ao intervalo, pedir aos adjuntos que o “sente” quando a emoção sobe, transformar limitações logísticas em criatividade tática. Fala de recrutamento e do critério que mais pesa (“ser treinável”), da dificuldade em dispensar quem trabalha bem e do papel do grupo português a integrar americanos na cidade e no clube.
Do lado técnico, a defesa como matriz que “invade as emoções” do adversário e comanda o ritmo; do lado cultural, a história da camisola “Bicampeões 2018/2019” assinada um ano antes, usada como compromisso público para segurar o núcleo duro. Entre uma paragem para café e os últimos retoques no treino, fica a tese simples que ele repete aos seus: entusiasmo é contagiante, exigência também.
Uma entrevista sobre basquete, pessoas e liderança, sem joystick.
