🏀 “Destino: Riga” – Defesa a cimentar ambições
Duas vitórias em dois jogos, defesa coletiva em destaque e sinais de confiança na reta final da preparação. A Seleção Nacional segue para o EuroBasket com ritmo competitivo e identidade reforçada.
“Destino: Riga” é o diário de bordo da seleção portuguesa rumo ao EuroBasket 2025: treinos, decisões, jogos de preparação e muito mais, sempre com olhos atentos ao que se passa nas outras seleções. No final de cada edição, telegramas curtos com os principais destaques da atualidade. A missão é clara: contar tudo sobre o EuroBasket 2025.
🇵🇹 Domínio defensivo garante triunfo claro
Depois da vitória frente à Islândia, Portugal repetiu o cinco inicial na partida deste sábado diante da Suécia — Diogo Ventura, Diogo Brito, Travante Williams, Miguel Queiroz e Daniel Relvão — com a mesma condicionante da véspera: Neemias Queta só poderia ser utilizado cerca de 15 minutos. Foi precisamente com a entrada do poste dos Boston Celtics, a meio do primeiro quarto, que o ataque português ganhou outra dimensão. Sucessivos bloqueios diretos de Queta abriram espaço para os triplos de Diogo Brito e para lançamentos de meia distância de Rafael Lisboa.
O segundo período trouxe mais dificuldades. A Suécia procurou afastar Queta do cesto, obrigando-o a defender longe da área pintada, e explorou cortes e penetrações que expuseram a falta de proteção interior da defesa portuguesa. Pelle Larsson (Miami Heat) assumiu o protagonismo: roubos de bola, saídas rápidas em transição, triplos e assistências. Em poucos minutos, os nórdicos rubricaram um parcial de 15-3 e passaram para a frente (34-29). Portugal foi para o intervalo em desvantagem, com a necessidade de reagir.
A resposta não deixou margem para dúvidas. A defesa portuguesa intensificou-se, o coletivo ganhou consistência e o ataque voltou a fluir com a circulação de bola que o selecionador Mário Gomes tinha pedido após o jogo do dia anterior. Travante Williams impôs a energia de sempre, Rafael Lisboa marcou ritmos e Neemias Queta voltou a impor-se nas tabelas. A Seleção não só recuperou a liderança como foi dilatando a diferença, aproveitando também a quebra física e emocional da Suécia.
O quarto período confirmou o domínio luso. Com agressividade defensiva, Portugal limitou a Suécia a apenas 25 pontos em toda a segunda parte. No ataque, houve equilíbrio: nove jogadores marcaram pontos e quatro terminaram em duplos dígitos. Travante Williams (18 PTS, 7 REB, 2 AST, 2 STL) voltou a liderar a equipa das quinas, bem acompanhado por Rafael Lisboa (14 PTS, 3 REB, 7 AST), Diogo Brito (13 PTS, 2 REB, 3 AST, 1 STL) e Neemias Queta (12 PTS, 7 REB, 1 BLK).
No final, triunfo claro por 78-61, mais uma demonstração de maturidade e progresso nesta reta final da preparação. Com este resultado, Portugal conquistou o Torneio Internacional de Braga, somando duas vitórias em dois jogos e deixando a Islândia no segundo lugar e a Suécia no terceiro. No balanço da preparação, a Seleção Nacional segue agora com três vitórias (Espanha, Islândia e Suécia) e duas derrotas (Espanha B e Argentina), antes de atacar o grande objetivo do verão: o EuroBasket. Em Riga, os “Linces” estreiam-se a 27 de agosto frente à Chéquia.
📒 Caderno de apontamentos
O cinco que virou o jogo…
Portugal foi para o intervalo a perder por 29-36, mas regressou dos balneários com a chave certa. Rafael Lisboa, Diogo Brito, Travante Williams, Miguel Queiroz e Neemias Queta formaram o melhor cinco da Seleção no jogo, assinando um parcial de 12-3 em menos de quatro minutos para virar o marcador para 41-39. O bloqueio direto entre Lisboa e Neemias abriu a defesa sueca, com o poste a marcar 6 pontos seguidos nesse arranque de segunda parte. Também o jogo high-low entre Queta e Queiroz revelou eficácia, beneficiando da boa leitura de dois interiores com capacidade de passe acima da média. Este quinteto deixa antever aquilo que pode ser o cinco-base de Portugal no EuroBasket: a utilização constante do emparelhamento Lisboa-Queta nos particulares aponta nesse sentido, mesmo que Diogo Ventura tenha começado de início os dois jogos em Braga. Já Brito, Travante e Queiroz são peças indiscutíveis da equipa.… e um quinteto com história
A meio do 4.º período, Neemias regressou ao campo (4’27’’ para jogar) ladeado por velhos conhecidos: Rafael Lisboa, Francisco Amarante e Vladyslav Voytso, companheiros da conquista do Europeu Sub20 - Divisão B, em 2019 [na foto], e Diogo Brito, com quem o poste partilhou duas épocas na universidade de Utah State, na NCAA. A química foi imediata, mesmo em poucos minutos, e esse alinhamento tornou-se num momento simbólico da vitória em Braga.
💬 Neemias Queta: “Jogar sempre para ganhar”
Portugal fecha o Torneio Internacional de Braga com duas vitórias e sinais claros de crescimento. Em declarações ao jornal Público, Neemias Queta, Miguel Queiroz e o selecionador Mário Gomes fizeram o balanço, sublinhando confiança reforçada e a necessidade de continuar a evoluir até ao EuroBasket 2025.
Apesar dos minutos limitados por imposição dos Boston Celtics, Neemias Queta destacou o espírito coletivo e a forma como a equipa respondeu aos desafios.
“Foi um bom torneio, trabalhámos duro e soubemos reagir a momentos menos bons. Foi boa experiência para preparar o Europeu e estamos cada vez mais confiantes no nosso trabalho e mais à vontade uns com os outros.”
“As teorias sobre quem podemos surpreender não nos dizem respeito. O nosso foco é jogar sempre para ganhar, independentemente de quem está do outro lado. Sabemos que não é fácil, mas se competirmos bem temos muitas hipóteses de vencer.”
“Não é fácil jogar com restrições, prefiro jogar o máximo de tempo possível para ganhar ritmo. Mas dentro das limitações, consegui ganhar ritmo competitivo. Espero não ter restrições no Europeu e poder contribuir a alto nível.”
“Jogar com alguns dos colegas do Europeu Sub20 de 2019? O entrosamento é natural, já nos conhecemos há muitos anos. Esse é um dos pontos fortes desta Seleção: temos variedade, versatilidade e muitos jogadores capazes de contribuir em alto nível, o que nos torna um coletivo bastante forte.”
Recuperado de lesão no ombro, o capitão Miguel Queiroz salientou que o torneio trouxe aprendizagens importantes e mostrou confiança no entrosamento com Neemias.
“Os resultados falam por si. Foi um torneio muito positivo, em que tirámos muitas coisas boas, mas também aspetos menos bons que nos ajudam a crescer e a perceber como podemos melhorar. O EuroBasket é um nível completamente diferente. Temos de continuar a trabalhar, temos dez dias para crescer como equipa. O saldo é claramente positivo.”
“Tenho-me sentido bastante bem. Dia após dia estou mais confiante, o ombro está bem. Agora é só perder as dúvidas e os medos, e tenho a certeza de que estarei em grande forma.”
“Jogar com o Neemias é muito fácil. Hoje já se viu um pouco da nossa combinação e acredito que pode ser muito interessante. Não precisamos de muito tempo para aprender a jogar juntos. Ele tem uma experiência inacreditável noutro mundo e eu tenho a minha ao longo da carreira. Vai correr bem, de certeza absoluta.”
Para o selecionador nacional, mais do que as vitórias, o importante foi ver uma equipa em crescendo, capaz de competir em intensidade e solidificar identidade defensiva.
“O balanço é excelente. Os resultados não eram o mais importante antes do torneio e também não são agora. Mas é sempre melhor trabalhar sobre vitórias do que sobre derrotas. Este torneio deu-nos excelentes indicações, sobretudo relativamente ao estado de forma da equipa. Depois de um jogo violento como o de ontem, contra uma equipa que tinha descansado, acabámos a segunda parte a correr mais do que eles. Destaco o facto de termos sofrido apenas 25 pontos na segunda parte. Contra uma equipa como a Suécia é sinal de excelente trabalho defensivo. Ainda cometemos erros e podemos fazer melhor, mas no geral, com exceção dos últimos cinco minutos da primeira parte, fizemos um excelente jogo.”
“Na próxima semana, vamos ter duas preocupações, procurar orientar a carga de treino, pois temos de ter alguns treinos fortes, para não perder o ritmo, e orientar a carga de treinos para estamos soltos, com a cabeça limpa e as pernas frente à Chéquia, no dia 27. Era bom termos mais um jogo na próxima semana, mas, de qualquer das formas, vamos tentar manter este ritmo e afinar algumas questões táticas para chegarmos a dia 27 melhores do que estamos agora, porque sabemos que o nosso nível tem de ser mais elevado para conseguirmos os nossos objetivos.”
“Não gosto de planos rígidos. Os jogos são como os melões: só sabemos depois de os abrir. É muito provável que no Europeu o Miguel (Queiroz) e o Neemias (Queta) joguem mais tempo juntos do que jogaram aqui, mas vamos decidir em função das necessidades. A nossa força sempre foi o coletivo.”
O último teste da equipa das quinas acontece já na próxima quinta-feira, frente ao Sporting em Sines, antes da viagem para Riga.
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🇱🇻 Porziņģis guia Letónia à primeira vitória
A Letónia, anfitriã do EuroBasket e adversária de Portugal no Grupo A, somou o primeiro triunfo na preparação ao derrotar a Eslovénia por 100-88 em Riga. Kristaps Porziņģisfoi a figura maior, bem apoiado por Dāvis Bertāns. Do outro lado, Luka Dončić regressou após falhar o jogo com a Lituânia e brilhou na 1.ª parte com 26 pontos em apenas 17 minutos. Contudo, o base esloveno sofreu uma contusão no joelho e saiu da partida, mas não está em risco de falhar o EuroBasket. Sem ele, a Eslovénia voltou a expor a sua dependência ofensiva, com apenas Gregor Hrovat a superar a dezena de pontos.🇫🇷 França perde Vincent Poirier
Baixa de peso para os gauleses: Vincent Poirier (2,13 metros), poste do Anadolu Efes, falha o EuroBasket 2025 devido a lesão no joelho direito, confirmou o L’Équipe. Com 62 internacionalizações, era o jogador mais experiente do grupo. Sem Poirier, o selecionador Frédéric Fauthoux vê o frontcourt fragilizado. O capitão Guerschon Yabusele terá agora maior responsabilidade na liderança e no equilíbrio interior.
🇬🇷 Giannis regressa no Acrópole
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