🏀 “Destino: Riga” – Regresso às vitórias
Triunfo sobre a Islândia em Braga reforça impacto de Neemias Queta, confirma liderança de Travante e dá pistas (?) sobre a rotação do «frontcourt».
“Destino: Riga” é o diário de bordo da seleção portuguesa rumo ao EuroBasket 2025: treinos, decisões, jogos de preparação e muito mais, sempre com olhos atentos ao que se passa nas outras seleções. No final de cada edição, telegramas curtos com os principais destaques da atualidade. A missão é clara: contar tudo sobre o EuroBasket 2025.
🇵🇹 Impacto de Neemias e assinatura de Travante
Portugal entrou a vencer no Torneio Internacional de Braga, batendo a Islândia por 83-79 em mais um teste na preparação para o EuroBasket. Com o Fórum Braga repleto, a equipa de Mário Gomes confirmou duas ideias que podem marcar a campanha em Riga: a defesa como ADN da melhor versão da Seleção e a diferença evidente entre o “Portugal com Neemias Queta” e o “Portugal sem Neemias Queta”.
Limitado a 14/15 minutos por indicação dos Boston Celtics, o gigante do Vale da Amoreira jogou 14 minutos e 13 segundos, e todos eles foram decisivos para o triunfo luso. A sua proteção de cesto e capacidade de intimidação no lado defensivo, somadas ao que oferece no ataque — bloqueios, ressaltos, criação a partir do poste baixo e a presença constante como referência ofensiva — foram determinantes para manter Portugal no controlo do jogo.
Neemias fechou com 12 pontos (4/4 2P, 0/1 3P, 4/4 FT), 6 ressaltos, uma assistência e um desarme de lançamento, sendo apenas superado por Travante Williams (21 PTS, 5 REB, 1 AST, 6 STL) na lista dos mais influentes. Diogo Brito (12 PTS, 5 REB, 3 AST, 1 BLK), Cândido Sá (11 PTS, 2 REB, 1 AST) e o capitão Miguel Queiroz (8 PTS, 6 REB) também estiveram em bom plano.
Entre as notas estatísticas menos evidentes, destaque para Rafael Lisboa: em menos de nove minutos, e apesar de ter cometido quatro faltas, distribuiu quatro assistências e fechou com um box plus/minus de +15, apenas atrás de Neemias Queta (+18) nesse parâmetro. Um reflexo da influência que teve nos momentos em que esteve em campo.
📊 Rotação do frontcourt em teste
O duelo com a Islândia foi o primeiro, neste estágio, em que o selecionador Mário Gomes contou com todos os cinco homens do frontcourt: Neemias Queta, Miguel Queiroz, Cândido Sá, Daniel Relvão e Ricardo Monteiro. A amostra é curta, mas já permite detetar tendências na gestão de minutos e nas combinações em campo.
A dupla Queta–Sá foi a mais utilizada, sinal de que, mesmo com a limitação de minutos imposta ao poste dos Celtics, a equipa técnica nacional reconhece as vantagens do espaçamento que Cândido oferece, abrindo o campo para Neemias manobrar nas zonas interiores. Ainda assim, a expectativa é que Queta–Queiroz seja a dupla titular no arranque do EuroBasket.
O capitão destacou-se como o único elemento utilizado ao lado de cada um dos quatro colegas da rotação interior. Por sua vez, Cândido Sá jogou com Queta (11’26”), Queiroz (4’20”) e Relvão (4’13”), reforçando a ideia de complementaridade entre perfis mais físicos e interiores capazes de espaçar o jogo.
O único dado que destoa destas tendências foi a curta utilização da dupla Queta–Queiroz: apenas 2’47” em todo o jogo. Coincidiu, no entanto, com o momento decisivo. Portugal perdia por 75-77 quando Neemias regressou e se juntou ao capitão, e a partir daí ajudaram a construir um parcial de 8-2 que selou o triunfo. Uma jogada em particular ilustra bem a química esperada para o EuroBasket: Queta recebeu no poste baixo, atraiu a defesa e assistiu o corte de Queiroz para um layup sem oposição.
💬 Mário Gomes: “Demos um passo em frente”
No final da vitória sobre a Islândia, o selecionador nacional não escondeu a satisfação pelo desempenho da equipa. Reconheceu as dificuldades iniciais para travar o ataque adversário, mas sublinhou a capacidade de ajuste defensivo, a melhoria ofensiva face aos jogos de Espanha e a importância de ter, finalmente, quase todo o grupo disponível. Mesmo com a gestão apertada dos minutos de Neemias Queta, Mário Gomes viu sinais de evolução e garantiu que a preparação segue no rumo certo para chegar ao EuroBasket no ponto mais alto possível.
“Estivemos bem. Ganhar a uma equipa como a Islândia não é fácil. Tivemos muitas dificuldades no início do jogo com a defesa — é uma equipa com a qual temos dificuldade em encaixar, por ter uma grande quantidade de bons lançadores, que estavam a marcar todos os lançamentos. Depois conseguimos melhorar defensivamente e melhorámos bastante no ataque em relação aos jogos em Espanha.”
“Procurámos dar tempo de jogo a todos os jogadores. Tivemos um condicionamento grande na utilização do Neemias, porque se ele tivesse podido jogar mais minutos, o poste da Islândia não tinha feito a mossa que fez. Mas, no fim, conseguimos aguentar-nos.”
“Parece que, finalmente, temos pelo menos estes 13 saudáveis (Anthony da Silva está ausente por lesão num joelho), e acho que as coisas se vão compor até começar o Europeu. Temos de defender melhor os atacantes com bola e fazer circular a bola mais rapidamente, mas, em termos gerais, estou muito satisfeito com a prestação da equipa, fundamentalmente porque demos um passo em frente em relação aos jogos em Espanha.”
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