🏀 “Destino: Riga” – Alemanha volta a conquistar a Europa
Três décadas depois do primeiro título, a Mannschaft ergueu o EuroBasket 2025 com Dennis Schröder como MVP, num torneio que projetou Şengün como estrela da Turquia e devolveu a Grécia ao pódio.
O EuroBasket 2025 encerrou em Riga com a consagração da Alemanha, que voltou a ser campeã da Europa 32 anos depois. A Mannschaft juntou o título continental ao Mundial de 2023 e confirmou-se como referência maior no basquetebol global.
No regresso ao pódio, Giannis Antetokounmpo viveu o momento que perseguia há quase uma década: a Grécia conquistou o bronze frente à Finlândia e quebrou um jejum de 16 anos. Em lágrimas, a estrela dos Milwaukee Bucks descreveu a medalha como “o maior feito” da sua carreira, numa celebração que também fechou o ciclo de Vassilis Spanoulis, agora na condição de selecionador.
A Turquia ficou com a prata, mas reforçou a convicção de que Alperen Şengün é já o rosto do seu futuro, enquanto a Finlândia consolidou a sua ascensão ao alcançar pela primeira vez um lugar entre as quatro melhores da Europa.
🇩🇪 Alemanha junta EuroBasket 2025 ao Mundial 2023
Riga foi palco de uma das finais mais intensas da história do EuroBasket. Alemanha e Turquia chegaram invictas ao jogo decisivo e mantiveram o equilíbrio até ao último suspiro, num duelo com 15 mudanças de liderança e 11 empates. No fim, a frieza de Dennis Schröder e a explosão de Isaac Bonga decidiram: vitória alemã por 88-83, o segundo título europeu da história, 32 anos depois do primeiro.
A Turquia entrou melhor, com um parcial de 13-2 que parecia anunciar surpresa. Mas a resposta germânica não tardou e o jogo entrou num vaivém permanente. Ao intervalo, os turcos lideravam por 44-38, muito por força de Alperen Şengün (28 pontos), dominante nas áreas próximas do cesto. Só que a Alemanha regressou dos balneários com outra intensidade e virou o marcador no terceiro período.
No último quarto, Isaac Bonga assumiu o protagonismo inesperado. Conhecido pela defesa, foi o herói ofensivo: 20 pontos, incluindo dois triplos decisivos e um ressalto ofensivo fundamental. Ao seu lado, Franz Wagner (18) manteve a consistência e Tristan da Silva (13) voltou a mostrar maturidade. No momento da verdade, Schröder tomou conta do destino do encontro: penetração de mão esquerda para a vantagem, lançamento de média distância a 20 segundos do fim e, finalmente, os lances livres que fecharam o jogo.
Do lado turco, para além dos 28 pontos de Şengün, Cedi Osman foi o grande apoio com 23 pontos (6/9 em triplos). Shane Larkin (13 pontos, 9 assistências) lutou até ao limite, mas o conjunto de Ergin Ataman acabou por ceder nos momentos finais. A seleção turca volta a igualar o melhor resultado de sempre — a prata de 2001 — mas segue sem título em grandes finais (0-3).
A Alemanha junta o EuroBasket 2025 ao Mundial de 2023, tornando-se apenas a quarta nação a deter simultaneamente os dois troféus, ao lado da União Soviética, Jugoslávia e Espanha. Nove jogadores repetem assim o feito, consolidando uma geração dourada. Em Riga, a Mannschaft confirmou-se como potência absoluta do basquetebol europeu e mundial.
⭐ Dennis Schröder coroado MVP
Dennis Schröder foi eleito MVP do EuroBasket 2025 depois de liderar a Alemanha ao título com médias de 20,3 pontos, 7,2 assistências e 3,4 ressaltos. O base, já distinguido no Mundial 2023, tornou-se o terceiro alemão a conquistar o prémio máximo da competição, depois de Chris Welp (1993) e Dirk Nowitzki (2005). Na final frente à Turquia, assinou 16 pontos e um recorde de 12 assistências, reforçando o estatuto de capitão desta geração dourada, que completa agora um ciclo de quatro verões de excelência: bronze no EuroBasket 2022, ouro no Mundial 2023, quarto lugar nos Jogos Olímpicos de 2024 e, em Riga, o segundo título europeu da história germânica.
Emocionado, Schröder sublinhou o caráter coletivo desta geração: “Este é o melhor grupo em que joguei na vida. Dois títulos em simultâneo é algo incrível. Todos adoram estar aqui, é como uma viagem de finalistas. São jogadores fantásticos, com caráter fantástico. Não se pode pedir mais”. Questionado sobre o legado em comparação com Dirk Nowitzki, o base respondeu: “Sou o Dennis Schröder. Cada um tem a sua própria história. Esta é a minha”.
O All-Star Five confirmou o domínio das estrelas NBA: além de Schröder, integraram a equipa ideal Franz Wagner (Alemanha), Giannis Antetokounmpo (Grécia), Alperen Şengün (Turquia) e Luka Dončić (Eslovénia). O All-Star Second Team juntou Cedi Osman (Turquia), Lauri Markkanen (Finlândia), Jordan Loyd (Polónia), Deni Avdija (Israel) e Nikola Jokić (Sérvia).
Entre as distinções inéditas, Isaac Bonga foi eleito Melhor Defensor, depois de travar sucessivamente estrelas como Markkanen e Dončić, e ainda brilhou com 20 pontos na final. Miikka Muurinen, extremo finlandês de 18 anos, recebeu o prémio Rising Star pela energia e protagonismo na histórica caminhada do Susijengi até ao 4.º lugar. Já Ergin Ataman foi distinguido como Melhor Treinador, após conduzir a Turquia à segunda final europeia da sua história e ao regresso ao pódio após 24 anos.
🇬🇷 Grécia regressa ao pódio 16 anos depois
A seleção grega voltou às medalhas no EuroBasket, batendo a Finlândia por 92-89 em Riga e conquistando o bronze pela primeira vez desde 2009. Num pavilhão com 11 mil adeptos, entre eles milhares de gregos ruidosos, o apito final desencadeou uma festa há muito aguardada: é a sexta medalha da Grécia na prova, juntando-se a dois ouros, uma prata e agora três bronzes.
A equipa de Vassilis Spanoulis entrou bem no jogo e conquistou uma vantagem de 14 pontos ao intervalo. Chegou a liderar por 17 já no quarto período, mas um run final da Finlândia quase estragava a celebração grega: Elias Valtonen teve nas mãos a possibilidade de empatar a quatro segundos do fim, mas falhou o terceiro lance livre. Mikael Jantunen ainda agarrou o ressalto ofensivo, mas não converteu, deixando o desfecho para Giannis Antetokounmpo, que selou a vitória na linha de lance livre.
Giannis foi, naturalmente, o protagonista: 30 pontos (9/11 de campo, 12/16 da linha de lance livre), 17 ressaltos, 6 assistências e 2 desarmes, naquele que foi o seu quarto jogo com linhas de 20-10-5 no torneio — marca sem paralelo nos últimos 30 anos. No final, não conteve as lágrimas: “Este é o maior feito da minha carreira. Ganhei um título na NBA, mas representar 12 milhões de gregos e inspirar a próxima geração é outra dimensão. Finalmente, consegui”.
Tyler Dorsey (20 pontos, 5 triplos) e Vassilis Toliopoulos (15) deram uma ajuda decisiva ao “Greek Freak”. Do lado finlandês, Lauri Markkanen foi limitado a 19 pontos e 10 ressaltos, longe da sua eficácia habitual, enquanto Valtonen (18) e Olivier Nkamhoua (15) mantiveram o Susijengi dentro da discussão. Ainda assim, o quarto lugar confirma a ascensão constante da Finlândia: 16.º em 2015, 11.º em 2017, 7.º em 2022 e agora 4.º em 2025.
Para a Grécia, a noite teve ainda outro simbolismo: Spanoulis, que em 2009 conquistara o bronze como jogador, regressa agora ao pódio como selecionador, completando o ciclo de uma das figuras maiores do basquetebol helénico.
🇵🇹 Neemias Queta e Travante Williams em destaque nas estatísticas
Neemias Queta terminou o EuroBasket 2025 entre os melhores em várias métricas individuais, confirmando o impacto na estreia absoluta da Seleção Nacionais em fases finais. O poste dos Boston Celtics foi 3.º em desarmes de lançamento (1,7 por jogo), 5.º na eficácia de lançamentos de campo (57,6%), 10.º nos tiros de dois pontos (61,5%) e também 10.º em duplos-duplos (2 em 6 jogos). Soma-se ainda o 12.º lugar nos ressaltos (8,0 de média) e o 20.º entre os melhores marcadores, com 15,5 pontos por jogo.
O internacional português registou ainda dois momentos de topo em jogos individuais: 18 ressaltos frente à Chéquia, o segundo melhor registo do torneio (apenas atrás de Kristaps Porziņģis, com 19), e 4 desarmes frente ao mesmo adversário, igualmente segundo melhor número de toda a competição.
Travante Williams também deixou marca, ao ser o 3.º melhor no ranking dos roubos de bola do EuroBasket (2,5 por jogo), apenas atrás de Yam Madar e Luka Dončić. O extremo foi mesmo o único jogador a conseguir dois jogos com 5 roubos — frente a Chéquia e Sérvia. Coletivamente, Portugal fechou no 4.º lugar em roubos de bola (8,2) e 6.º nos ressaltos (37,8), confirmando a competitividade num torneio de elite.
No plano global, destaque absoluto para Luka Dončić, melhor marcador do EuroBasket com 34,7 pontos por jogo, o 3.º melhor registo da história da competição, apenas atrás das marcas lendárias de Nikos Galis em 1987 (37,0) e 1989 (35,6). O base esloveno dos Los Angeles Lakers superou pela primeira vez em mais de três décadas a barreira dos 30 pontos de média.
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🌍 Coorganização validada
Kamil Novak elogiou os anfitriões Chipre, Finlândia, Polónia e Letónia, que elevaram os padrões organizativos. Sublinhou que o modelo multi-host permite a países mais pequenos, como Chipre, serem palco do maior evento continental. Riga consolidou-se como destino de referência e Madrid já foi anunciada para acolher o jogo inaugural do EuroBasket 2029, no Santiago Bernabéu.🇪🇺 Passagem de testemunho
No intervalo do jogo do 3.º lugar, os coanfitriões do EuroBasket 2025 — Chipre, Finlândia, Polónia e Letónia — passaram o bastão da organização para Grécia, Estónia, Eslovénia e Espanha, anfitriões de 2029. Jorge Garbajosa e Kamil Novak conduziram a cerimónia em Riga, acompanhados pelos presidentes das federações. A próxima edição terá grupos em Atenas, Liubliana, Tallinn e Madrid, com a capital espanhola a receber a fase final.🏀 Fim dos jogos em dias seguidos
Jorge Garbajosa, presidente da FIBA Europe, anunciou que o EuroBasket 2029 não terá partidas em dias consecutivos. A decisão surge após críticas ao calendário de 2025, onde as seleções ainda tiveram de enfrentar jogos back-to-back na fase de grupos. O objetivo é proteger o bem-estar dos atletas e garantir maior qualidade competitiva, num torneio que será coorganizado por Estónia, Grécia, Eslovénia e Espanha.🇷🇸 Fim de ciclo para Svetislav Pešić
A Federação Sérvia confirmou a saída de Svetislav Pešić após a eliminação nos oitavos-de-final frente à Finlândia. O selecionador, de 75 anos, termina contrato a 30 de setembro, após a desilusão na liderança de uma equipa apontada ao ouro com Nikola Jokić. O presidente Nebojša Čović admitiu que ainda não há sucessor definido, mas o nome de Dušan Alimpijević já circula nos bastidores. Pešić garantiu que apoiará a federação e o novo treinador, sublinhando que “chegou o momento de encontrar alguém capaz de continuar o que começámos”.