Rúben Prey, o fator X de St. John’s
Rick Pitino vê o internacional português entre os mais evoluídos e aposta na sua versatilidade defensiva para testar lineups com três jogadores grandes.
A universidade de St. John’s prepara-se para a época 2025-26 da NCAA com um frontcourt de respeito e narrativas evidentes. Zuby Ejiofor é a estrela. Dillon Mitchell e Bryce Hopkins são os reforços vistosos. No meio da espuma, o português Rúben Prey, um dos quatro sobreviventes do melhor ano dos Red Storm em 25 anos, surge como a peça que pode alterar o teto competitivo da equipa treinada por Rick Pitino.
Citado em artigo do New York Post que elege Rúben Prey como fator X de St. John’s, o treinador Rick Pitino coloca o internacional português de 20 anos entre os mais evoluídos do grupo; o que se viu no scrimmage aberto à comunicação social e no particular com Towson reforçou a perceção de crescimento técnico, físico e mental.
O treinador de 73 anos não tem dúvidas de que Prey é um jogador diferente daquele que chegou ao campus há um ano:
“O seu jogo no poste baixo está certamente muito melhor. Chegou como um não defensor e agora consegue defender as cinco posições. Passou de um típico jogador europeu, em que a defesa não é o foco, o passe, os cortes e marcar pontos são a prioridade, para um jogador completo nos dois lados do campo.”
No tom irónico que o caracteriza, Pitino explicou o método para tornar Prey num defensor de qualidade:
“Medo.”
A utilidade tática de Rúben Prey é valiosa: para o plano de jogo de St. John’s, um extremo/poste de 2,08 metros que pode ser utilizado em esquemas de trocas defensivas, capaz de defender no perímetro, mas também como protetor de cesto, abre a possibilidade de rotações mais agressivas.
Nos testes com Towson e Michigan, na última semana, Pitino alinhou longos minutos com três bigs em simultâneo, juntando Hopkins, Mitchell e Prey. A hierarquia inicial coloca o português como quarto jogador interior, mas a leitura do treinador é funcional: se o lineup pede envergadura e mobilidade, Prey entra nas contas.
O próprio jogador sublinha a curva de aprendizagem e adaptação à realidade norte-americana do basquetebol universitário:
“Sinto que trabalhamos no desenvolvimento individual todos os dias. Faz muita diferença ao fim de um ano se trabalhares nisso todos os dias, dia após dia. Ao fim de um ano vês os resultados.”
“A diferença entre o basquetebol universitário e o europeu é a parte física. Acho que já me adaptei a essa fisicalidade. Todo o europeu passa por isso.”
Sem obsessão com estatuto ou minutos, o foco do internacional português está na prontidão para aproveitar oportunidades:
“Sinto que posso ajudar muito a equipa. Não costumo pensar demasiado no futuro nem nos minutos, porque sei que ao longo do ano há sempre oportunidades. Estou só a tentar estar o mais preparado possível quando essas oportunidades surgirem.”
Contexto indispensável para 2025-26: Rúben Prey falhou o EuroBasket 2025 após veto de St. John’s, como detalhámos no dossier Destino: Riga — O «caso Rúben Prey». Esse verão perdido com a Seleção Nacional torna ainda mais relevante o salto que Pitino descreve agora.
No ano de estreia na NCAA, Prey teve um papel reduzido em St. John’s: 33 jogos (um como titular), com médias de 1.6 pontos, 1.5 ressaltos e 7.7 minutos.





