Stanley Borden: "Era importante encontrar um lugar onde me pudesse focar no basquetebol" | zerozero
O luso-americano prepara-se para a última época universitária em UTSA, fala das lições com Mike Krzyzewski, da convivência com talentos NBA e da ambição de representar Portugal ao mais alto nível.
Stanley Borden, poste luso-americano de 22 anos e 2,13 metros, passou quatro épocas em Duke, onde conviveu de perto com futuros jogadores da NBA como Paolo Banchero e Cooper Flagg. Agora, com o diploma concluído, transferiu-se para a UTSA para disputar a sua última época universitária, em busca de espaço para mostrar o seu valor. Em entrevista exclusiva ao zerozero, falou da adaptação ao Texas, das lições aprendidas com Mike Krzyzewski e Jon Scheyer, do treino ao lado de talento NBA, da ligação ao basquetebol português e das ambições para o futuro.
“A expectativa (em UTSA) é, pelo menos, competir por tempo de jogo, que foi para isso que vim. Depois, a nível individual, após quatro anos em Duke, quero também assumir um papel de líder. Vi como as coisas são feitas ao mais alto nível e, mesmo estando agora num programa mid-major, acho que temos de manter uma mentalidade de topo independentemente dos recursos ou do contexto. Não se cortam atalhos: têm de se fazer as coisas bem feitas, cumprir os exercícios até ao fim, tocar todas as linhas nos suicídios, não andar quando é para correr, comunicar sempre em campo... Eu acredito muito nisto: se tratares bem das pequenas coisas, as grandes acontecem naturalmente.
“Nos treinos, o Cooper (Flagg) fazia frequentemente coisas impressionantes – desde grandes afundanços a desarmes de lançamento inacreditáveis. Tem a capacidade de mudar um jogo de muitas maneiras. E não é só com a bola na mão: o Cooper destacava-se em todo o lado, dava-nos imenso na defesa, nas ajudas, a interceptar linhas de passe... Por alguma razão fomos das melhores defesas do país no ano passado. Ele estava sempre bem posicionado, metia as mãos na bola, desviava passes – essas pequenas coisas que nem aparecem nas estatísticas mas que ganham jogos. E, acima de tudo, destaco a mentalidade dele.”
“Sempre gostei muito de Portugal: gosto do país, gosto das pessoas, identifico-me com a cultura, por isso foi um orgulho poder vestir a camisola nacional. E há mesmo muito talento em Portugal! Temos o Neemias Queta, eu, o Rúben Prey, o André Cruz... e vêm aí miúdos nos Sub16, Sub18, Sub20 com muito potencial. Há matéria-prima. Agora tudo depende do investimento da Federação e do crescimento dos clubes. Eu, sinceramente, não tinha a noção completa disso antes de representar Portugal, e agora tenho muito orgulho em fazer parte deste projeto. (…) Diverti-me muito nos Sub20 e acredito que posso ajudar a seleção A de várias formas. Seria uma honra enorme poder jogar uma grande competição por Portugal.”