Sofia da Silva prossegue carreira em Israel
Capitã da Seleção Nacional soma quatro jogos na liga israelita e explicou a opção pelo Maccabi Karmiel, em exclusivo, ao Borracha Laranja.
Sofia da Silva está a jogar em Israel, pelo Maccabi Karmiel, e já se estreou no campeonato local: em quatro partidas, a poste de 35 anos e 1,90 metros regista médias de 7.8 pontos, 5.5 ressaltos e 2.0 assistências em 18.4 minutos de utilização, com 63.2% de eficácia nos lançamentos de dois pontos.
O Maccabi Karmiel abriu a época com três vitórias e duas derrotas, incluindo um triunfo sobre o Elitzur Ramla, emblema que se cruzou recentemente com o União Sportiva na fase de grupos da EuroCup Women e venceu os dois jogos (86‑56 e 87‑51), ambos realizados nos Açores devido ao contexto do conflito israelo‑palestiniano.
Sofia da Silva era a única internacional portuguesa ainda livre no mercado após o EuroBasket 2025, competição em que assinou 11.0 pontos, 6.3 ressaltos e 1.0 assistências de média. A opção por Israel dá à atleta o ano mais curto que procurava, num projeto competitivo. Em declarações exclusivas ao Borracha Laranja, a atleta explica o processo de decisão:
“No ano passado já havia outra equipa aqui que me queria contratar, mas a instabilidade deixava-me de pé trás e não assinei. Este ano precisava de fazer uma temporada mais curta e tive de estudar bem as variantes. Estive entre Turquia, Espanha — duas equipas onde já estive —, Polónia, Alemanha e Israel. Algumas só poderia ingressar mais tarde, pós-Seleção. Israel foi a opção mais ‘suitable’ antes desta janela e do próximo mercado de transferências.”
Sobre a segurança no país, a internacional lusa não assinala qualquer constrangimento:
“Não tenho muito a documentar porque levo pouco tempo e são treinos e jogos praticamente em ‘back-to-back’. Não tenho nenhuma rotina diferente.”
Quanto ao nível competitivo da liga israelita, Sofia destaca a fisicalidade:
“Existem equipas competitivas. Apercebi-me de que tenho bastante gente aqui que conheço, outras contra quem joguei — Montenegro, Ucrânia, Grã-Bretanha e Bélgica — e outras de quem tinha perdido o rasto, como a mítica Nika Baric. Pelos nomes, a liga tem nível, mas preciso de mais tempo para entender como funciona. Há várias americanas que estiveram na EuroLeague ou na WNBA. É um jogo rápido, de muito 1x1 — que difere do meu estilo de jogo, o que pode ser desafiante, defensiva e ofensivamente — e bastante físico, pelo menos na minha posição.”
O Maccabi Karmiel Beit HaKerem é um projeto recente no principal escalão israelita, resultante em 2025 da fusão com o A.S. Ramat Hasharon, que devolveu a cidade de Karmiel ao topo do basquetebol feminino. O novo clube da poste portuguesa não está em competições europeias nesta época de estreia, focando‑se apenas nas provas domésticas.
Sofia da Silva foi, de resto, anunciada esta quinta-feira como uma das 14 convocadas pelo selecionador Ricardo Vasconcelos para a primeira fase de qualificação do FIBA Women’s EuroBasket 2027. Portugal estreia-se a 15 de novembro, em Belgrado, frente à Sérvia. Três dias depois, a Seleção Nacional recebe a Islândia, a 18 de novembro, às 19 horas, no Pavilhão Municipal Luís de Carvalho, no Barreiro.



