Mesa de cabeceira #8 - O novo arquétipo
Ben Taylor mostra como Victor Wembanyama transformou a leitura de espaço e tempo num novo padrão; Mike Jagacki disseca o plano dos San Antonio Spurs que o torna repetível e sustentável.
Victor Wembanyama domina o jogo com tanta naturalidade que chega a ser injusto. Baixa o drible como um base, usa fintas curtas para entrar na área pintada e, se o defensor aguenta, lança por cima sem drama. Ganhou corpo e equilíbrio, absorve contacto e chega ao aro em dois passos. Do outro lado, a simples presença muda decisões. O assustador é que isto está a tornar-se rotina.
Ben Taylor, em Thinking Basketball, pega na palavra “talento” e reescreve-a à medida de Wemby. Em vez de números fáceis, mostra as leituras, o uso cirúrgico do espaço e do tempo, e uma linha condutora: isto deixou de ser exceção e estamos perante um arquétipo novo. O valor do vídeo está na clareza com que expõe a evolução, não em hipérboles.
Por sua vez, Mike Jagacki, do
, mostra o resto da equação: não é só Wemby, é um plano de jogo. Antecipação do zoom handoff com o defensor a “abraçar” o canto, perseguição aos DHO para empurrar a ação para longe do aro, sag do poste para cortar linhas de passe e um catálogo de wall-ups que dá segurança às rotações. Tudo afunila para onde Wembanyama manda. Simples de explicar, difícil de executar. É por isso que funciona.Vale pelo par que formam: o vídeo do talento mostra por que razão o teto subiu, o do sistema explica por que razão o chão está mais alto. Se San Antonio mantiver a coerência entre ambos, a equipa não vive apenas de picos virais. Passa a jogar com vantagens repetíveis. E isso, em novembro, é um excelente prenúncio para abril.
📚 Dobra no canto
O ataque dos Miami Heat está irreconhecível: menos pick and roll, mais condução vertical e zero tempo perdido.
explica como a equipa de Erik Spoelstra acelerou a primeira ação, esvaziou o canto forte, sobrecarregou o lado fraco e abriu pistas até ao cesto, onde termina acima de 73%. Sem uma estrela on-ball clássica, Miami cria vantagem com velocidade, espaço e disciplina. Mas nem tudo são rosas.Outras sugestões de leitura:
📰 In search of the real Nikola Jokić - Tim Keown (ESPN)
☕ Conversa de café
Na última edição do podcast Bola ao Ar, dissecámos o melhor jogo da carreira de Neemias Queta e o seu impacto crescente nos Boston Celtics, e debatemos o arranque dos Los Angeles Lakers e a dupla Luka Dončić/Austin Reaves.
E no primeiro episódio da semana, analisámos os arranques frouxos de Orlando Magic e Atlanta Hawks, a novela Ja Morant em Memphis, e sublinhámos o embalo dos Oklahoma City Thunder.
No podcast Afunda de 3, avaliámos o pulso a Neemias nos Celtics, passámos pelo real/fake (mercado Ja Morant, colapso defensivo dos Brooklyn Nets, cadeira quente de Willie Green, Nikola Jokić líder de assistências, ataque dos Houston Rockets, teto de Wembanyama e domínio dos Thunder), e fechámos com o arranque da NCAA.
🚨 Buzzer beater
A alcunha “Greek Freak” está bem aplicada.





