Mesa de cabeceira #11 - Bloqueio directo ao tédio
Erik Spoelstra trocou o bloqueio por gravidade. Com 'spacing' agressivo, isolamentos que geram ajudas e cortes sincronizados, os Miami Heat criam vantagens em meio segundo.
Duas boas razões para adiar a sesta de sábado: um vídeo que mostra Victor Wembanyama a transformar a área restritiva num campo minado e outro que explica porque meia liga decidiu deixar o pick-and-roll em casa. Zero hagiografias, só film room bem feito.
Michael MacKelvie olha para Victor Wembanyama como quem explica um eclipse. Com ele, os ataques evitam o aro, a eficácia no pintado desce e até os ressaltos trocam de dono. Vê-se e sente-se: um 1x0 vira 1x1 e meio. O vídeo mostra tudo, desde ler double teams mais cedo a sentir o defensor nas costas, passando por transformar pressão em assistências fáceis. O ataque já vira jogos, a defesa ganha-os.
Ben Taylor, em Thinking Basketball, desmonta a moda do arranque da época: menos pick-and-roll, mais isolation. A lógica é deliciosa na rebeldia: em vez de trazeres um segundo defensor para a ação com um bloqueio, abres espaço para atacar 1x1, obrigas a ajuda e a bola salta em 0.5 segundos para quem já tem vantagem. Os Miami Heat levam isto ao extremo, quase sem bloquear em ataque corrido, enquanto outras equipas copiam a ideia base: procurar espaço antes de procurar mismatches.
História, tática e dados sentam-se à mesma mesa: do fim da illegal defense à década do pick-and-roll, até ao presente em que cinco jogadores montam uma pequena economia de cortes, reposicionamentos e stampedes ao receber. Não é receita para todos — Luka Dončić e Nikola Jokić vivem outra gramática —, mas explica porque as isos voltaram a crescer com eficiência a par do pick-and-roll.
Plano de fim de semana: ver os dois, enviar ao amigo que acha que o pick-and-roll resolve tudo e depois fingir que já sabíamos.
📚 Dobra no canto
Leitura do fim-de-semana:
pede ajuda a um professor de Shakespeare para mapear as novelas da NBA em cenas do Bardo. A premissa parece maluca, o resultado é brilhante e muito divertido, daqueles textos que fazem abanar a cabeça e pensar que a liga é meio corte real, meio reality show.Não há spoilers gratuitos, há erudição leve e humor seco. Serve para ganhar vocabulário novo para discutir a época, para rir das nossas certezas e para ver franchises como reinos com payroll. Mais um banger de
.Outras sugestões de leitura:
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☕ Conversa de café
Na última edição do podcast Bola ao Ar, entregámos os prémios do primeiro mês, analisámos a NBA Cup e sugerimos trocas para agitar o mercado.
E no primeiro episódio da semana, radiografamos os Warriors, celebramos o modo turbo dos Miami Heat e o show de James Harden.
No podcast Afunda de 3, a entorse de Neemias Queta, o regresso de LeBron James e as surpresas do primeiro mês de competição.
🚨 Buzzer beater
Nove pontos em 9 segundos, incluindo o game-winner. Inacreditável!





