LeBron James, o génio que não se livra das críticas
Tem sido recorrente desde que se estreou na NBA em 2003. LeBron James é sinónimo de espetáculo e vai, à medida que o tempo passa, amealhando recordes e troféus, mas nem os três anéis de campeão – dois ao serviço dos Miami Heat e um nos Cleveland Cavaliers –, as quatro eleições de MVP da fase regular, as três de jogador mais valioso nas Finais, as duas medalhas de ouro olímpicas com os Estados Unidos, as treze presenças no All-Star Game ou, por exemplo, as seis nomeações para o melhor cinco defensivo da liga parecem saciar os seus detratores, que não perdem uma ocasião para o criticar.
Fomos ouvir o que o jornalista espanhol Manuel de la Torre Sanz tem a dizer sobre o camisola 23 dos Cavs e aproveitámos a oportunidade para ficar a conhecer o que Sanz pensa sobre outros temas da NBA. “Todo o ser humano tem os limites, mas LeBron, com a sua fome, ética de trabalho, esforço e sacrifício, tornou-se num desportista exemplar, capaz de dominar todas as estatísticas e facetas dentro de um campo de basquetebol. Na minha opinião, LeBron continua a ser o melhor jogador da NBA, ainda não teve sinais de que esteja a perder as suas faculdades físicas. Encontra-se na sua maturidade”, realça o jornalista do diário AS.
No recente triunfo dos Cavaliers diante dos Charlotte Hornets (100-99) – que coincidência, Michael Jordan! –, adivinhem quem esteve on fire? O “King”, claro está, que assinou um triplo-duplo, o 57.º na carreira, com 27 pontos, 16 ressaltos e 13 assistências. “É a pergunta de um milhão de euros! É o jogador mais completo nas duas tabelas, um all-around. Mas talvez possa melhorar a percentagem de 76.9% nos lançamentos livres. Nos tiros de três pontos já está a consegui-lo”, acrescenta.
Face à lesão de Isaiah Thomas e ao ponto de interrogação em torno de Derrick Rose, LeBron, de 32 anos, tem sido espremido pelo treinador Tyronn Lue. Uma aposta que poderá ter consequências. “Não é uma boa notícia para os Cavs que LeBron tenha uma média de utilização de quase 38 minutos por jogo. O desejável seria que tivesse um plano para gerir o esforço durante a temporada regular, mas o mau início obrigou a que esse plano fosse alterado. Nota-se a melhoria da equipa e, com o regresso de Isaiah Thomas, seguramente não terá tanto desgaste. Mas, com mais ou menos minutos, creio que a questão física só terá consequências caso os Cavs voltem a chegar às finais”.
Na opinião de Manuel de la Torre Sanz, os próximos meses serão decisivos no que diz respeito ao futuro do All-Star nos Cavaliers. “Dependerá, em parte, daquilo que acontecer esta época. Desde logo, existem opções para que LeBron saia. Se tiver de arriscar, e sem nenhuma base que o justifique, diria que sim, que esta é a última época dele em Cleveland”, aponta.
Apesar dos números e de todas as conquistas – e alguns fracassos –, porque razão o King não é uma figura unânime como foram, por exemplo, Magic Johnson, Michael Jordan ou Kobe Bryant? “LeBron ainda não deixou de jogar. Já aconteceu muitas vezes com outros grandes jogadores e acontecerá o mesmo com ele. No dia em que não jogar, seremos mais justos. Direi que, para a grande maioria dos adeptos de basquetebol, já é um dos melhores da história. Na minha opinião já é um top player na história da NBA”, finaliza.
Para terminar, desafiámos o jornalista do AS a responder a outras questões sobre a época da NBA.
Prognóstico para as finais?
“Ganharão os Warriors depois de derrotar os Cavs, assim diz a minha cabeça, ou os Celtics, assim diz o meu coração. Os Celtics têm tudo o que é necessário para marcar uma época: jovens, estrelas e um grande treinador.”
Quem será o MVP da fase regular?
“James Harden, mas ainda é muito cedo.”
Melhor cinco da temporada?
“Kyrie Irving, James Harden, Kevin Durant, LeBron James e Joel Embiid.”
Rookie of the Year?
“Ben Simmons.”
Destaques da época até ao momento?
“Em relação às equipas, fico com os Celtics e com os Pistons. Relativamente aos jogadores, destacaria Harden, Embiid, Simmons, Dwight Howard, Porzingis e Tatum. E um destaque a Popovich. Os Spurs são terceiros no Oeste sem terem jogado uma partida que fosse com Kawhi Leonard e Tony Parker.”
Outro lado da barricada, as desilusões?
“Coletivamente, os Clippers e os Thunder. No que se refere a jogadores, Paul George. Embora ainda seja cedo para o dizer, creio que ele se perdeu em OKC. Fultz teve azar, a lesão de Hayward foi uma desgraça e esperava mais de Towns.”
Armada espanhola?
“O que está a acontecer com Calderón é normal, a surpresa seria se jogasse mais. Pau Gasol sabe cuidar-se e adapta-se muito bem. Terá partidas em que será mais protagonista e noutras terá menos destaque. Este será um ano-chave para Marc Gasol, talvez seja o momento para sair de Memphis. Ricky Rubio começou muito bem, mas agora está demasiado apagado e a equipa precisa dele. É surpreendente que Willy Hernangómez quase não esteja a jogar (nos Knicks). O irmão Juancho irá fazer uma grande temporada em Denver.”
Luka Dončić tem tudo para triunfar na NBA? O que se pode esperar dele?
“Tem todas as qualidades, mas ainda é muito cedo para se poder dizer o que se espera dele. Ainda tem de amadurecer e continuar a trabalhar muito. Tem apenas 18 anos. Não é preciso pressioná-lo, apenas desfrutar de um talento como ele.”
por Leonel Lopes Gomes (@Bibas24)