Inês Ramos e Raquel Laneiro em alta: distinções consecutivas na LF Challenge
Em exclusivo, o selecionador nacional Ricardo Vasconcelos analisa perfil, complementaridade e impacto na Seleção das duas internacionais, escolhidas para o cinco ideal nas duas primeiras jornadas.
O Al-Qázeres arrancou a LF Challenge com o pé no acelerador e duas internacionais portuguesas em destaque. Inês Ramos integrou o cinco ideal da 1.ª jornada; uma semana depois, foi a vez de Raquel Laneiro surgir no cinco ideal da 2.ª ronda. Ao fim de duas jornadas, a equipa de Cáceres é uma das cinco invictas do segundo escalão espanhol. O Iraurgi, de Inês Vieira, é outra das formações ainda sem derrotas.
Na estreia (75-66 ao Real Canoe), Ramos assinou 16 pontos, 3 ressaltos, 5 assistências e 4 roubos, enquanto Laneiro somou 23 pontos (4/8 3PT). Na 2.ª jornada (72-67 ao NBF Castelló), Laneiro voltou a liderar as marcadoras e foi MVP da partida: 19 pontos, 4 ressaltos, 5 assistências e 2 roubos.
Em exclusivo ao Borracha Laranja, o selecionador nacional Ricardo Vasconcelos — treinador do Zamarat na LF Challenge nas últimas três épocas — analisa o perfil das jogadoras e a complementaridade da dupla.
“A Raquel Laneiro tem muito talento e coragem. Desde nova mostrou essa capacidade. Tem mindset de marcadora de pontos, um release muito rápido e range; consegue lançar de muito longe. Vem melhorando defensivamente para poder ter mais minutos. No ano passado, com muito protagonismo, fez uma época de destaque (no Arxil).”
“A Inês Ramos já tinha feito temporadas fantásticas na nossa liga, e a última (vice-campeã pelo Esgueira) foi fabulosa. É mais penetradora do que lançadora, mas, com espaço, lança muito bem. Está a adaptar-se ao ritmo e à fisicalidade da LF Challenge e é muito boa defensora.”
“Fazem um combo interessante porque são ambas jogadoras 2-1; podem jogar a 2 e a 1. Complementam-se e podem ser uma dor de cabeça para qualquer equipa. Confesso que tinha a preocupação da regra que obriga a ter duas espanholas em campo, porque há clubes que, quando contratam postes estrangeiras, ficam com menos espaço no perímetro. Mas isso não aconteceu e elas têm estado em simultâneo. O Al-Qázeres, na minha opinião, vai ganhar com esta aposta. Cada uma delas tem facilidade para passar os 10 pontos por jogo e vão ter dias endiabrados.”
Ricardo Vasconcelos acrescenta, ainda, que o contexto no Al-Qázeres vai apelar à versatilidade das duas atletas lusas e isso terá impacto positivo na Seleção Nacional.
“Precisamos que, jogando a 2, tenham facilidade em transportar a bola e que possam assumir a posição de 1 quando for preciso. Se, por exemplo, a Carolina (Rodrigues) estiver a ser muito pressionada, qualquer uma delas deve subir a bola, mandar no jogo e ler onde estão as vantagens.”
“É muito importante formarmos jogadoras para duas posições: quanto mais valências, mais probabilidade de estarem dentro de campo. Esta experiência de jogarem juntas, alternando entre 1 e 2, é enriquecedora para a Seleção a curto prazo e para a carreira delas a médio prazo.”
Inês Ramos e Raquel Laneiro integram a pré-convocatória de 30 jogadoras para os dois primeiros encontros de qualificação do Women’s EuroBasket 2027. Portugal arranca no Grupo G frente à Sérvia, a 15 de novembro, em Belgrado, e recebe a Islândia três dias depois, a 18 de novembro (19 horas), no Pavilhão Municipal Luís de Carvalho, no Barreiro.