A 6 de outubro de 1998, na cidade de Greensboro, Alabama, nascia um bebé cujos pais já tinham decidido o seu destino. “Será um canalizador reformado de bigode e, por isso, chamar-lhe-emos Herbert!” – exclamaram os pais do menino ao vê-lo chegar ao mundo. Mas desde jovem, Herb sabia que tinha outro propósito na vida: ser jogador de basquetebol e tornar-se no pesadelo mais recorrente das estrelas da NBA.
Pelo caminho até chegar à NBA, colecionou prémios na Universidade do Alabama, sendo jogador do ano e defensor do ano na SEC, no seu último ano na faculdade. Escolhido pelos Pelicans, Jones não demorou a conquistar minutos numa equipa que ainda procurava encontrar-se a si própria após um início de temporada desastroso.
Herb apresenta médias de 9,6 pontos, 3,9 ressaltos e 2,1 assistências por jogo em 29,9 minutos. Porém, é na defesa que Jones “ganha a vida”. Com 0,9 desarmes e 1,4 roubos de bola, o extremo dos Pelicans é uma ameaça defensiva que começa a ganhar reconhecimento pelo seu trabalho nesse lado do campo. Mais do que isso, é importante olhar para o que Jones obriga os atacantes a fazer, permitindo apenas numa zona do campo que lancem acima de 50% (curiosamente, a zona com menos tentativas).
Bloqueio direto
Como um dos principais defensores dos Pelicans no ponto de ataque, Herb está constantemente envolvido na defesa ao bloqueio direto. E é incrível o que faz, permitindo apenas 0,9 pontos por posse de bola (PPP) em quase duzentas posses.
Jones é inteligente e intuitivo na defesa ao bloqueio direto, percebendo quando vem o bloqueio e antecipando-o, colocando-se na melhor posição possível para o evitar. É proativo e tem capacidades motoras e ferramentas físicas para conseguir passar pelos bloqueios e perseguir o seu jogador, de modo a criar o máximo de problemas no lançamento.
Em situações de troca, Herbert Jones sente-se igualmente confortável. Consegue negar a primeira ação do atacante, anulando o objetivo do bloqueio logo à partida. A partir daí, mantém-se à frente do portador da bola, obrigando-o a decidir sob pressão, com fintas constantes, e atacando-o em vez de esperar que ele tome a decisão, tendo ainda capacidade para contestar quando o oponente tenta o lançamento.
1 contra 1
A mobilidade e a envergadura fora do normal de Jones tornam-no o jogador perfeito para defender em situações de isolation. Os 1,12 pontos por posse parecem altos em comparação com outras partes do seu jogo, mas, como rookie, Jones acaba por perder algumas batalhas contra jogadores mais experientes, cometendo faltas no último momento devido à sua agressividade. A verdade é que não há muita gente a tentar o um contra um com Herb: não chegam a oitenta as posses nesta época (em contraste com as quase duzentas no bloqueio direto).
Defesa fora da bola
Como todos os grandes defensores da liga, o alto QI de Herbert Jones permite-lhe ser um disruptor fora da bola. Com um poder de antecipação tremendo e recorrendo às ferramentas físicas já referidas, está sempre à espreita de um mau passe. É muito eficaz tanto a defender nas linhas de passe como a sair em ajuda em penetrações (0,94 PPP em closeouts).
Transição defensiva
O impressionante volume que Herbert Jones consegue cobrir, devido à combinação da sua altura e envergadura, cria problemas também para quem ataca em transição. Permitindo apenas 0,9 pontos por posse de bola em transição (um número absurdo, para contextualizar), Jones força os atacantes a más decisões, mesmo em situações de vantagem numérica. Obriga constantemente o adversário a decidir no último momento, usando a sua capacidade para ocupar muito espaço e forçar quem tem bola a pensar em excesso.
Conclusão
Apenas no seu primeiro ano de NBA, Herbert Jones é já um nome a ter em conta defensivamente e prepara-se para ser um dos mestres defensivos da próxima década na liga. É fácil perceber porquê, tendo em conta as suas características físicas, leitura de jogo e agressividade.
Para terminar, deixo uma compilação de dois minutos de Herbert Jones a abalar a autoconfiança dos vossos jogadores favoritos. Façam bom proveito!