🏀 “Destino: Riga” – O que espera Portugal no Grupo A
De Nikola Jokić a Kristaps Porziņģis, passando por Vit Krejčí e Alperen Şengün, Portugal enfrenta um dos grupos mais exigentes do torneio, mas há uma rota para sonhar.
“Destino: Riga” é o diário de bordo da seleção portuguesa rumo ao EuroBasket 2025: treinos, decisões, jogos de preparação e muito mais — sempre com olhos atentos ao que se passa nas outras seleções. No final de cada edição, telegramas curtos com os principais destaques da atualidade. A missão é clara: contar tudo sobre o EuroBasket 2025.
📍Os adversários de Portugal no Grupo A
Com o calendário confirmado e todas as pré-convocatórias do Grupo A conhecidas — a Sérvia divulgou a lista esta segunda-feira —, o cenário está traçado: Portugal vai enfrentar um dos grupos mais exigentes do EuroBasket 2025, onde se misturam colossos do basquetebol mundial e seleções em crescimento, com talento espalhado pelas melhores ligas do planeta, incluindo duas no top-10 do ranking mundial da FIBA: Sérvia e Letónia.
A chave para a ambição lusa parece óbvia: vencer os jogos frente à Chéquia (na estreia) e à Estónia (na última jornada), os dois adversários teoricamente mais acessíveis. Pelo meio, a travessia do deserto inclui Sérvia, Turquia e Letónia. Nenhuma partida será fácil, mas há uma rota definida e tudo começa a 27 de agosto, em Riga.
🇨🇿 Chéquia (19.º no ranking FIBA): entrada em falso não é opção
Sem Jan Veselý, o eterno poste do FC Barcelona, a seleção checa aposta na continuidade e no entrosamento do seu núcleo interno. Tomáš Satoranský (FC Barcelona) lidera no ataque, Vít Krejčí (Atlanta Hawks) dá capacidade de desequilíbrio, e o restante plantel distribui-se entre o ERA Nymburk, o Basket Brno e experiências pontuais na ACB e na liga chinesa.
É uma equipa organizada, mas sem o impacto físico de outras do grupo. No ataque, privilegiam a partilha de bola e a tomada de decisões coletivas. Defensivamente, torneios recentes mostraram alguma permeabilidade na defesa do 1x1, sobretudo em esquemas de trocas. Para Portugal, é o jogo que define tudo: vencer na estreia significa entrar no torneio com esperança real de qualificação e perder pode comprometer desde logo qualquer ambição.
🇷🇸 Sérvia (2.º no ranking FIBA): Jokić lidera uma armada de luxo
Nikola Jokić (Denver Nuggets) regressa à seleção como o rosto de uma das equipas mais completas da história recente da Sérvia. A ele juntam-se os também NBA Bogdan Bogdanović (Los Angeles Clippers), Nikola Jović (Miami Heat), Tristan Vukčević (Washington Wizards) e o fenómeno adolescente Nikola Topić (Oklahoma City Thunder).
Mas não fica por aqui: a EuroLeague está bem representada com Vasilije Micić (Hapoel Tel Aviv), Marko Gudurić (Olimpia Milano), Filip Petrušev e Aleksa Avramović (Dubai BC), Nikola Milutinov (Olympiacos Piraeus), Vanja Marinković (Partizan), Dejan Davidovac e Ognjen Dobrić (Estrela Vermelha), e Alen Smailagić (Virtus Bologna).
Treinados por Svetislav Pešić, combinam cultura táctica com profundidade e soluções em todas as posições. Portugal terá de se agarrar ao plano de jogo e à disciplina colectiva para não ser engolido pela avalanche sérvia.
🇹🇷 Turquia (27.º no ranking FIBA): entre promessas e desequilíbrios
A Turquia chega a Riga com uma geração promissora e física, mas ainda em busca de equilíbrio. O jogo interior é dominado por Alperen Şengün (Houston Rockets) e Ömer Yurtseven (Panathinaikos), dois postes com perfis distintos. A criatividade ofensiva é garantida por Shane Larkin (Anadolu Efes) e Cedi Osman (Panathinaikos), enquanto Adem Bona (Philadelphia 76ers) se estreia como rookie no cenário europeu.
É uma equipa que pode acelerar e pontuar em runs rápidos, mas que também se desorganiza facilmente do lado defensivo. O controlo emocional tem sido um ponto fraco em torneios recentes. A Turquia defronta Portugal no segundo jogo de um back-to-back (após a Sérvia), o que pode gerar um diferencial físico e táctico ligeiro a explorar. Com um plantel tão talentoso quanto instável, tudo depende do dia e de quem assume as rédeas nos momentos difíceis.
🇱🇻 Letónia (9.º no ranking FIBA): o underdog tornou-se favorito
O Mundial de 2023 mudou a percepção da Letónia: sem Kristaps Porziņģis (agora nos Atlanta Hawks), eliminaram a França e terminaram no top-5. Agora, Porziņģis volta ao leme de um grupo coeso e tecnicamente brilhante. Estão também convocados Rolands Šmits (Anadolu Efes), Artūrs Žagars (Fenerbahçe), Rihards Lomažs (Telekom Baskets Bonn), Dāvis Bertāns (BC Dubai), Dairis Bertāns (VEF Rīga) e os irmãos Artūrs e Rodions Kurucs.
Jogam rápido, com espaçamento extremo, agressividade ofensiva e confiança no volume de triplos. São provavelmente uma das equipas mais consistentes do panorama europeu. Jogando em casa, com Riga em ebulição, serão ainda mais difíceis de travar. Para Portugal, este será um dos maiores testes à sua resistência mental, capacidade de lidar com runs adversários e controlo do ritmo.
🇪🇪 Estónia (43.º no ranking FIBA): muito mais do que parece
Última paragem da fase de grupos e potencialmente a mais decisiva. A Estónia aparece com 22 nomes chamados, oriundos de contextos competitivos muito diversos: NCAA, Japão, ACB, BBL, Lega Basket, BCL. A qualidade está lá, mesmo que o ranking não o revele.
Kerr Kriisa (University of Cincinnati) e Henri Veesaar (North Carolina) representam a nova vaga da NCAA. Maik-Kalev Kotsar (Yokohama B-Corsairs), Henri Drell (free agent), Siim-Sander Vene (Stal Ostrów) e Sander Raieste (ex-Baskonia) formam uma base sénior com minutos de qualidade.
Jogam com disciplina, boa leitura coletiva e baixos níveis de erro, mesmo que sem uma grande estrela. Se Portugal chegar aqui com hipóteses reais, será um jogo de nervos e de execução. E, provavelmente, o mais importante de todos.
🇵🇹 Teste de fogo para Neemias Queta
Num grupo com Nikola Jokić, Alperen Şengün e Kristaps Porziņģis, nenhum jogador português terá tanto trabalho — nem tanta atenção — como Neemias Queta. O único representante nacional na NBA chega a Riga com estatuto reforçado e uma oportunidade clara de se afirmar como figura central da seleção, num palco que cruza presente e futuro: o presente da camisola das quinas e o possível futuro como poste titular dos Boston Celtics.
Os rumores têm crescido em Boston. Com as saídas de Porziņģis, Al Horford e Luke Kornet, há quem veja Neemias como o favorito interno para assumir a posição 5 de forma mais consistente. E se assim for, o EuroBasket será uma espécie de laboratório: Jokić será o maior quebra-cabeças da sua carreira internacional, Şengün um espelho de como os postes modernos operam em liberdade criativa, e Porziņģis — seu ex-colega nos Celtics — um duelo simbólico que pode marcar o fim de um ciclo e o início de outro.
🎯 Vencer o possível, resistir ao resto
Portugal entra como outsider num grupo de altíssimo nível, mas a missão está bem definida: derrotar Chéquia e Estónia, e enfrentar os restantes desafios com coragem táctica, resistência física e ambição competitiva. A diferença de recursos, experiência internacional e rankings é evidente, mas esta seleção portuguesa chega ao EuroBasket com identidade coletiva, talento jovem e um espírito de missão que a tem distinguido nos últimos anos.
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🇸🇮 Eslovénia perde Čančar e pode não contar com Nebo. Dois jogadores do Olimpia Milano estão em dúvida — um já está mesmo fora. Vlatko Čančar, ex-Denver Nuggets, abdicou do EuroBasket 2025 para seguir um plano individual de preparação física definido pelo clube italiano, depois da grave lesão no joelho esquerdo sofrida em 2023. Já Josh Nebo, que somou apenas nove jogos oficiais em 2024/25 devido a problemas físicos, continua em dúvida. Segundo o Dnevnik, a federação eslovena já considera alternativas, com Alen Omić (ex-Budućnost) como principal candidato. A Eslovénia está no Grupo D, com França, Polónia, Bélgica, Islândia e Israel.
🇫🇷 Nicolas Batum troca os campos pelos estúdios. A lenda francesa vai continuar ligada à seleção… mas de microfone à frente. Nicolas Batum, de 36 anos, será comentador dos jogos da França no EuroBasket 2025, em parceria com Grégoire Margotton na TFI. O extremo dos Los Angeles Clippers despediu-se da equipa nacional após os Jogos Olímpicos de Paris, encerrando uma carreira internacional com ouro, prata e bronze em Europeus, dois bronzes em Mundiais e duas pratas olímpicas.
🎮 NBA 2K26: Jokić e Giannis lideram, Neemias com 76. A nova edição do NBA 2K chega a 5 de Setembro e os ratings já estão a agitar as redes. Nikola Jokić, Giannis Antetokounmpo e Shai Gilgeous-Alexander partilham o topo com 98 de overall, seguidos por Luka Dončić e LeBron James (96). Entre os protagonistas do EuroBasket, destaque ainda para Domantas Sabonis (88), Kristaps Porziņģis (86), Alperen Şengün (84) e Dennis Schröder (81). O português Neemias Queta surge com 76 de overall.
Cuidado com os Checos, o Nymburk, por exemplo, é sempre uma equipa muito forte na BCL, não sei que veteranos (Balvin, Bohacik - um muito veterano, mas com muita qualidade, Kyzlink) vão ao Europeu, mas penso que será um jogo duríssimo e atenção aos jovens que têm muita qualidade.
Tenho ideia que será mais difícil que a Estónia,