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🏀 Análise vídeo | Tatum-Queta, uma relação de confiança

"Estrela" dos Boston Celtics e poste português partilharam o campo durante alguns minutos e saltou à vista um momento que merece ser analisado.
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Maioritariamente usado como elemento da segunda unidade dos Boston Celtics, Neemias Queta já teve, no entanto, algumas oportunidades de partilhar o campo com um, dois, três ou mesmo quatro elementos do cinco titular.

Visto como um corpo estranho, de forma natural, pelas estrelas do conjunto treinado por Joe Mazzulla, o português tem trabalhado para conquistar a confiança dos colegas de forma progressiva, apesar de ser apenas um jogador com contrato two-way de uma equipa que vive com a pressão diária de ser candidata ao título e uma das organizações mais escrutinadas da liga.

Não foi, por isso, estranho que, nos primeiros momentos em que o poste foi aposta do técnico, os titulares vissem Neemias sobretudo como uma ferramenta a utilizar para criarem vantagens exclusivamente para si mesmos, quase sempre a partir de bloqueios directos.

O português desempenhou o seu papel, ainda que limitado, mostrando que podia ajudar os jogadores principais como nenhum outro big do plantel consegue e, aos poucos, foi mais envolvido. Primeiro, por Derrick White, depois por Jaylen Brown e Jrue Holiday e, finalmente, pela maior figura da equipa, Jayson Tatum.


Neemias Queta e Jayson Tatum partilharam o campo durante 91 minutos, espalhados por vários jogos e com lineups muito diferentes, e reparámos num pormenor que, em termos práticos, não traduz absolutamente nada na folha estatística do gigante do Vale da Amoreira - sim, mais intangíveis! -, mas que pode assinalar o início de algo muito importante para Neemias: o respeito do macho alfa.

Comecemos pelo início. No primeiro jogo em que coabitaram dentro das quatro linhas, Neemias ofereceu um bloqueio directo a Tatum. As atenções dos dois defensores ficaram no extremo, deixando Neemias, que rolou para o cesto, numa posição de clara vantagem. Tatum nem sequer olhou para dentro e, assim que sentiu o possível 2x1, passou logo para o atirador no canto, Al Horford.

Sim, é verdade que o tiro foi completamente aberto, mas porque o defensor de Horford, Saddiq Bey, deu uma ajuda profunda na área pintada para inibir o passe para o atacante mais perigoso, que era Neemias.

Essa ajuda (demasiado) profunda faz com que o passe para o canto fosse, de facto, a melhor decisão. Não criticamos Tatum por isso, mas o que notámos foi que nunca, em nenhum momento, “Big Deuce” olha para Neemias quando sai do bloqueio, ou seja, não tem a percepção de todas as opções disponíveis.

Se tinha um 2x1 a surgir, teria sempre que passar a bola e aí haveria, pelo menos no papel, várias opções. Mas a primeira teria que ser Neemias, porque o defensor que salta para o 2x1 era o defensor primário do português, deixando-o sozinho por breves momentos até que a rotação defensiva de Bey surge.

Mais uma vez, não estamos a dizer que o passe para Neemias era a melhor opção - neste caso até nem era por causa da tal ajuda profunda de Bey -, mas o que queremos destacar é que, talvez por ser Neemias, Tatum nunca considerou o passe para o roll do internacional luso e disparou de imediado o passe para o canto.

O que aconteceu daí para a frente, no jogo seguinte, saltou-nos à vista.

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Borracha Laranja
Análise Vídeo 📼
Espaço de análise táctica e 'breakdown' de 'set-plays' e tendências de jogadores ou equipas, com recurso a vídeo.
Authors
Ricardo Brito Reis