🏀 Análise vídeo | Portugal vs. Montenegro (Women's EuroBasket)
Uma vitória para a história: As Linces despediram-se com exibição segura e sorriso rasgado.
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Portugal despediu-se do Women’s EuroBasket 2025 com a vitória que tanto procurava e que tanto merecia. Ao terceiro jogo, depois de exibições competitivas mas insuficientes frente a Bélgica e Chéquia, a equipa das quinas venceu Montenegro por 63-49 e entrou para a história como a primeira geração portuguesa a triunfar numa fase final do Campeonato da Europa.
Em Brno, perante cerca de uma centena de adeptos lusos e com muitas emoções à flor da pele, Portugal exibiu-se com outra confiança, foi mais eficaz da linha dos três pontos (44,4%) e dominou nas hustle plays, com particular destaque para a luta pelas segundas bolas. O resultado foi uma exibição madura e segura frente a uma seleção em fim de ciclo.
Para além do registo histórico, este triunfo teve também um sabor simbólico. Representou o culminar de um processo longo e ambicioso, e deixou a clara sensação de que Portugal não veio apenas para participar – veio para competir e crescer.
Estes foram os três (+1) destaques da primeira vitória lusa em fases finais de grandes competições internacionais:
1. Márcia e Maria João: pressão no aro e eficácia exterior
A dupla formada por Márcia Costa e Maria João Bettencourt foi fundamental para estabelecer o tom ofensivo da equipa desde a bola ao ar. Na primeira parte, as extremos foram ambas agressivas com bola, exploraram bem o drible para atacar o cesto e geraram desequilíbrios constantes.
Depois do intervalo, o registo mudou: da linha dos 6,75 metros, mostraram mão quente e precisão, contribuindo de forma decisiva para a boa percentagem final de três pontos da equipa das quinas (44,4%).
2. “The Josephine Filipe Game”
Este foi o jogo de Josephine Filipe. Não apenas pelos 13 pontos que ajudaram a cavar a primeira vantagem significativa, mas pelo impacto total nos dois lados do campo. No ataque, foi uma solução versátil contra as alternâncias defensivas apresentadas por Montenegro. Na defesa, destacou-se pela comunicação e intensidade. O seu espírito competitivo contagiou toda a equipa e personificou o lema do torneio: Ousem Sonhar.
3. Supremacia nas segundas oportunidades
Talvez o dado mais simbólico do jogo: Portugal ganhou 16-2 nos pontos após segundas oportunidades, reflexo de uma entrega colectiva no ressalto ofensivo. Foi aí que se jogaram muitos dos pontos invisíveis desta vitória: na garra, no posicionamento, na fome competitiva.
(+1). O crossover de Carolina. E a lenda nas redes que podia ter sido.
A fechar o jogo, Carolina Rodrigues decidiu fazer um bocadinho de história viral: um killer crossover perfeito, que deixou a defesa montenegrina sentada no chão antes de atirar (e acertar) um triplo na cara da adversária. Pena a montenegrina não ter tido o telemóvel à mão – podia ter publicado o momento no Instagram com a legenda: “sit down, be humble.”
Neste EuroBasket, Portugal perdeu dois jogos, mas não perdeu a identidade. E ao terceiro, conquistou a vitória que tanto procurava – não só no marcador, mas também no imaginário colectivo de quem acredita que o basquetebol feminino português só agora começou a escrever a sua história.