🏀 Análise vídeo | Portugal vs. Bélgica (Women's EuroBasket)
As Linces bateram-se de igual para igual durante largos minutos, mas acabaram por ceder à superioridade da Bélgica na estreia no Women’s EuroBasket.
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Na estreia absoluta numa fase final do Women’s EuroBasket, Portugal mediu forças com a Bélgica, campeã europeia em título e terceira classificada no último Mundial. Em Brno, perante 1192 espectadores - muitos deles portugueses -, a Seleção Nacional entrou sem medo e conseguiu competir durante largos minutos, antes de ceder ao maior poderio físico, técnico e coletivo da formação belga, que acabou por vencer por 81-52.
Durante mais de período e meio, Portugal esteve verdadeiramente no jogo. A equipa das quinas manteve o equilíbrio até faltarem 3’59” do segundo quarto, altura em que um lançamento de meia distância de Carolina Rodrigues reduziu a diferença para apenas cinco pontos (28-23). A partir daí, porém, a Bélgica acelerou, aproveitando o domínio no ressalto (45 contra 26), a extraordinária partilha de bola (22 assistências em 25 cestos de campo) e a classe de Emma Meesseman (19 pontos, 11 ressaltos, 6 assistências).
Carolina Rodrigues (13 pontos, 3/8 3P), Sofia da Silva (11 pontos, 6 ressaltos) e Márcia Costa (8 pontos, 5 ressaltos, 2 assistências e 3 roubos de bola) foram os destaques individuais de uma equipa que, mesmo perante uma das melhores seleções do mundo, mostrou que está neste Europeu para dizer presente.
Estes foram os três pontos que destacamos da estreia portuguesa:
1. Lançamento exterior nos primeiros 15 minutos
Até meio do segundo quarto, o lançamento exterior foi o principal motor ofensivo da Seleção Nacional: cinco triplos convertidos, 50% de eficácia e uma execução fluida, com várias jogadoras a contribuir.
Mas o dado mais marcante veio depois: os 40 triplos tentados por Portugal são o número mais elevado alguma vez registado por uma seleção num jogo do Women’s EuroBasket desde que há dados oficiais (1995). Um marco estatístico que diz muito - não tanto sobre um plano de jogo ousado, mas sobretudo sobre os limites que a Bélgica impôs.
Se nos minutos iniciais o tiro exterior foi uma arma eficaz, no global revelou-se quase a única. A incapacidade de penetrar a defesa belga e de criar desequilíbrios no jogo interior forçou Portugal a lançar de fora em excesso, muitas vezes em situações de recurso. A estatística é histórica, mas também é um espelho das dificuldades na construção ofensiva.
2. Criação com bola de Carolina Rodrigues
Não foi só pelos pontos que marcou: Carolina Rodrigues mostrou-se confortável com a bola nas mãos, capaz de criar separação e de finalizar em movimento, mesmo sob pressão. Entre acelerações e hesitações no drible, decisões rápidas no pull-up e leitura dos bloqueios directos, a base lusa ofereceu à equipa uma opção fiável no meio-campo ofensivo, sobretudo em situações de 1x1 e 2x2, algo precioso contra defensoras do calibre belga.
3. Sofia da Silva a trabalhar no pintado
Mesmo frente a um conjunto atlético e fisicamente dominante como a Bélgica, Sofia da Silva conseguiu ser produtiva na área restritiva. O seu trabalho de pés, a capacidade de selar a defensora directa e a leitura do ressalto ofensivo permitiram a Portugal manter-se agressivo em zonas interiores, ainda que de forma esporádica.
Foi na segunda parte que a capitã lusa teve mais espaço para mostrar a sua experiência, qualidade técnica e leitura do jogo. A sua produção interior nos minutos finais foi uma nota positiva num contexto em que Portugal marcou apenas 14 pontos no pintado, contra 32 da Bélgica.
A caminhada no Grupo C continua já esta sexta-feira, frente à anfitriã Chéquia.